Apresentação

TATU-BOLA


Nome popular: Tatu-bola

Nome científico: Tolypeutes tricinctus

Quanto mede: 50 centímetros

Onde vive: Na caatinga do Nordeste

O que come: Formigas, escorpiões, frutas, ovos

Filhotes: Um, no máximo dois filhotes

O tatu-bola é o menor tatu brasileiro, o único tatu endêmico, isto é, que existe apenas no nosso Brasil e o mais ameaçado, porque, como não cava bem como os outros tatus, é mais fácil de ser caçado na região de seca, onde há pouca comida.

Para se defender, esse tatu se enrola completamente, formando uma bola, daí o nome popular, e o rabo e a cabeça se adaptam como num quebra-cabeça, protegendo o corpo do tatu, o que não o defende do homem, porém, porque fica fácil pegar a bola que é o tatu e enfiar num saco.

Por ser ainda muito caçado, o tatu-bola desapareceu em Sergipe e no Ceará, mas ainda existe na Bahia, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, nas regiões ainda despovoadas. Apesar de protegido por lei, esse animalzinho é caçado até dentro do Parque Nacional da Serra da Capivara e da Estação Ecológica do Raso da Catarina, áreas de conservação, onde no passado o tatu-bola existia em quantidade.

Para salvar essa espécie, os cientistas estão propondo estudos para criação em cativeiro e principalmente programas de educação ambiental para a população da área onde ainda sobrevive esse tatu. O problema é que esse bicho vive justamente na região mais pobre e carente do Brasil e, sem educação, nunca se conseguirá que um caboclo com fome deixe de pegar o tatu para comê-lo, se tiver oportunidade.

Fonte: www.jperegrino.com.br

sábado, 2 de outubro de 2010

CAATINGA

CAATINGA

INTRUDUÇÃO

O bioma Caatinga é o principal ecossistema existente na Região Nordeste, ocupa mais de 75% de sua área, estendendo-se pelo domínio de climas semi-áridos, numa área de 80.000.000 ha, 6,84% do território nacional: ocupa os estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Maranhão e o norte de Minas Gerais. Segundo o Censo 2000, cerca de 27 milhões de brasileiros vivem na região coberta pela Caatinga, em quase 800 mil km² de área. A irregularidade climática é um dos fatores que mais interferem na vida do sertanejo. 
O termo Caatinga é originário do tupi-guarani e significa “mata branca”.

FLORA

A Caatinga apresenta três estratos: arbóreo ( 8 a 12 metros ), arbustivo ( 2 a 5 metros ) e o herbáceo ( abaixo de 2 metros ). A vegetação adaptou-se ao clima seco para se proteger. As folhas, por exemplo, são finas ou inexistentes. Algumas plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo de chuva.

A Caatinga é dominada por tipos de vegetação com características xerofíticas – formações vegetais secas, que compõem uma paisagem cálida e espinhosa – com estratos compostos por gramíneas, arbustos e árvores de porte baixo ou médio ( 3 a 7 metros de altura ), caducifólias ( folhas que caem ), com grande quantidade de plantas espinhosas ( exemplo: leguminosas ), entremeadas de outras espécies como as cactáceas e as bromeliáceas.

A Caatinga, conta com 318 espécies de plantas endêmicas, ou seja, que não são encontradas em outros ecossistemas. O número – quase o dobro citado no último levantamento do tipo, há dez anos – é uma das informações contidas no livro Vegetação e Flora da Caatinga que foi lançado em agosto de 2002, durante o qüinquagésimo terceiro Congresso Nacional de Botânica, no centro de convenções, em Olinda - Pernambuco. 
As plantas endêmicas pertencem a 18 gêneros de 42 famílias botânicas distintas. A família mais bem representada na lista é a das leguminosas, com 80 plantas. Em seguida está a das cactáceas, com 41 espécies. Entre as cactáceas endêmicas estão o mandacaru ( Cereus Jamacaru ) e a coroa de frade (Melocáctus Oreas).

FAUNA

As espécies da Caatinga somam mais de 4.230. A biodiversidade da Caatinga, no entanto, é a menos conhecida no um mundo. Levantamentos sobre a fauna do domínio da Caatinga revelam a existência de 41 espécies de lagartos, 7 espécies de anfibenídeos (espécies de lagartos sem pés), 45 espécies de serpentes, 4 de quelônios, uma de Crocodylia, 44 anfíbios anuros e uma de Gymnophiona.
Os níveis de endemismo também surpreenderam os pesquisadores. Das 48 espécies de lagartos e cobras-de-duas-cabeças (anfisbenas), 16 são somente encontradas na Caatinga. Isso equivale a um índice de quase 40% de endemismo. Reunindo anfíbios e répteis, o índice é de 15%. Há 148 mamíferos registrados para a Caatinga, 10 são endêmicos. O endemismo mais surpreendente, no entanto, é o dos peixes. A maioria é exclusiva da região.

Entre as aves, o índice de endemismo é menor. Das 348 espécies registradas apenas 15 são endêmicas. Em compensação, a Caatinga abriga 20 em risco de extinção, das quais duas estão entre as aves ameaçadas do mundo, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). A primeira é exclusiva de Curaçá, na Bahia. A segunda, do Raso da Catarina, no mesmo estado.

SOBRE A SECA

O aspecto agressivo da vegetação contrasta com o colorido diversificado das flores emergentes no período das chuvas, cujo índice pluviométrico varia entre 300 e 800 milímetros anualmente. Quando chega o mês de agosto, parece que a natureza morreu. Não se vêem nuvens no céu, a umidade do ar é mínima, a água chega a evaporar 7mm por dia e a temperatura do solo pode atingir 60°C. As folhas da maioria das árvores já caíram e assim, o gado e os animais nativos, como a ema, o preá, o mocó e o camaleão, começam a emagrecer. As únicas cores vivas estão nas flores douradas do cajueiro, nos cactus e juazeiros. A maioria dos rios pára de correr e as lagoas começam a secar. A ocorrência de secas estacionais e periódicas (a estiagem pode durar de sete a nove meses) estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas. Pequenos ramos finos, casca fina, cor esbranquiçada, deixam o sol bater forte no solo. As folhas que caem são consumidas pelo calor sem formar manta florestal. O solo, de tonalidade clara, fica desprotegido e trinca, racha. As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo na maneira decisiva na vida do sertanejo – nome pelo qual é conhecido o típico habitante da Caatinga. Elas prejudicam bastante a produção agrícola e a pecuária, as bases da economia local.

Mesmo quando chove, o solo pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a temperatura elevada (médias entre 25°C e 29°C) provoca intensa evaporação. Na longa estiagem os sertões são, muitas vezes, semidesertos que, apesar do tempo nublado, não costumam receber chuva. A folhagem das plantas volta a brotar e fica verde nos curtos períodos de chuva (o inverno é uma estação de chuva irregular. Três a cinco meses de verde, ás vezes inundação). A paisagem muda muito rapidamente. As árvores cobrem-se de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas. A fauna volta a engordar.

OCUPAÇÃO DA CAATINGA

A Caatinga tem sido ocupada desde os tempos do Brasil-Colônia com o regime de sesmarias e sistemas de capitanias hereditárias, por meios de doações de terra, criando-se condições para a concentração fundiária. A extração de madeira, a monocultura de cana-de-açúcar e a pecuária nas grandes propriedades (latifúndios) deram origem á exploração econômica. Na região da Caatinga, ainda é praticada a agricultura de sequeiro.


DEGRADAÇÃO

Os ecossistemas do bioma Caatinga encontram-se bastantes alterados, com a substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, e a qualidade da água, e o equilíbrio do clima e do solo. Aproximadamente 80% dos ecossistemas originais já foram modificados por ação antrópica.


AÇÕES PARA PROTEÇÃO

A indicação das áreas prioritárias para a conservação da Caatinga faz parte do cumprimento das obrigações brasileiras na Conservação da Biodiversidade, um dos documentos resultantes da Rio-92.
O ecossistema foi o último a ser mapeado com esse objetivo. Antes passaram pelo mesmo processo o Cerrado e Pantanal, a Mata Atlântica e os campos sulinos, os ambientes costeiros e a Amazônia.



A Caatinga não é um ecossistema pobre em diversidade, como se pensava até mesmo no meio acadêmico. É sim, o menos estudado, o menos protegido e um dos mais degradados. E também o único exclusivamente brasileiro.

Bibliografia: “Diagnóstico para o bioma Caatinga”, “Vegetação e Flora da Caatinga”, “Ecologia e Conservação da Caatinga“, “Atlas da Biodiversidade”, conhecimentos locais e outros fragmentos de pesquisa.

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